Share This Article
Ustra é “marechal” do Exército – Fórum – Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel do Exército condenado em 2008 pela Justiça brasileira como torturador durante a Ditadura Militar (1964-1985), foi elevado ao posto de marechal. É o que mostram os dados do Portal da Transparência, acessados esta semana.
Um dia antes, uma reportagem da Fórum já havia mostrado que 100 generais do Exército e outros 115 da Marinha e da Aeronáutica tinham sido elevados ao posto normalmente atribuído a heróis nacionais que participaram de guerras, inexistente atualmente.
O fato mais conflitante fica por conta de Brilhante Ustra ter ido para a reserva como coronel, o que no máximo, se passasse a um posto acima, poderia conduzi-lo ao grau de general de brigada, três níveis abaixo da extinta patente de marechal, legalmente possível apenas em tempos de guerra.
OUTRAS NOTÍCIAS:
DIA: Janaina Paschoal: doar comida na Cracolândia ‘ajuda o crime’; padre debocha
LEIA: Padre Lancellotti diz que PM impediu doação de comida na Cracolândia de SP
LEIA: Dia dos pais: FGTS vai pagar trabalhadores neste mês; veja como
Falecido em 2015, o oficial que usava o codinome Dr. Tibiriçá durante as sessões de tortura na sede do DOI-CODI, em SP, transmitiu sua pensão de marechal às filhas Patrícia Silva Brilhante Ustra e Renata Silva Brilhante Ustra, que recebem cada uma 15.307,90, totalizando R$ 30.615,80, valor correspondente aos vencimentos de outros “marechais” do Exército.
Outra figura emblemática de um dos períodos mais sinistros da História do Brasil que foi elevado a marechal no banco de dados do Executivo federal é o general Newton Cruz, ex-chefe do SNI dos governos Geisel e Figueiredo.
Notório integrante da chamada “linha dura” do Regime Militar, Cruz ficou conhecido pelo estilo agressivo e pelas frases intimidatórias que utilizava na frente de todos, inclusive contra jornalistas. Há vídeos da época, disponíveis na internet, que mostram a truculência do antigo n° 1 dos serviços de inteligência da Ditadura.
Num outro caso sem explicação, Newton Cruz, que foi para reserva como general de divisão, só poderia ascender ao posto de general de exército, que é o subsequente.
O oficial, que está vivo e tem 96 anos, precisaria alavancar dois postos, desde de que deixou o serviço ativo, para subir à patente de marechal, o que ainda seria ilegal, uma vez que a lei só permite esse tipo de promoção em caso de participação em conflitos bélicos. A aposentadoria paga ao “marechal” Cruz é de R$ 34.565,71.
OUTRAS NOTÍCIAS:
ASSISTA: Vídeo: Bolsonaro ofende presidente do TSE; “Aquele filho da puta”
LEIA: Reinaldo Azevedo: Bolsonaro quebra sigilo de inquérito da PF
LEIA: Um ano após explosão, doação prometida por Bolsonaro não chegou ao Líbano
ASSISTA: Vídeo: Randolfe Rodrigues expulsa deputado bolsonarista da CPI
O presidente Jair Bolsonaro nunca escondeu sua admiração pelo coronel Brilhante Ustra, a quem se refere como um “herói nacional”, em que pese todas as acusações de violações aos direitos humanos praticadas pelo torturador condenado, inclusive na presença de crianças filhas de suas vítimas.
Durante a sessão que votou o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016, o então deputado federal dedicou sua decisão favorável ao afastamento da petista com a seguinte frase: “Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor da Dilma”.
A fala repercutiu entre autoridades e entidades da sociedade civil, no Brasil e no mundo, e foi classificada, entre outras coisas, como “execrável”, “estarrecedora” e “deprimente”. Os filhos de Bolsonaro, todos parlamentares, também costumam prestar homenagens ao torturador usando camisetas com a foto do militar já morto.
Repercussão sobre a “farra dos marechais”
Deputados reuniram-se com lideranças de oposição no fim da semana para tratar do que passou a ser chamado de “farra dos marechais”.
OUTRAS NOTÍCIAS:
LEIA: Procuradoria valida denúncia contra Lula e Palocci no DF
LEIA: Brizola Neto: “Governo Bolsonaro é irresponsável e imoral”
LEIA: Ciro é o único presidenciável a criticar privatização dos Correios: “Crime”
LEIA: Bar tem entrega ‘#ForaBolsonaro’ e porção que ‘serve bem até maconheiros’
Imagens do banco de dados do Portal da Transparência
Câmara vota projeto que restringe pesquisas eleitorais
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pretende colocar em votação nesta quarta-feira (4) um projeto de lei complementar de 372 páginas e 902 artigos que traz diversas alterações na legislação eleitoral, incluindo censura às pesquisas de intenção de voto.
Leia a matéria completa aqui.
Deputada bolsonarista compartilha vídeo de neonazista argentino
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara, a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) compartilhou, nesse domingo (1º/8), um vídeo do argentino Carlos Pampillón, acusado de ter ligações com um grupo neonazista.
Leia a matéria completa aqui.
Veja mais notícias no BRI.