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Vice da Bahia aproxima Ciro de União Brasil – A vice-presidente na chapa do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) à presidência da República foi enfim anunciada.
Mas o que muitos não sabem é que a escolha de Ana Paula Matos, vice-prefeita de Salvador, para o cargo, além de ser coerente do ponto de vista programático, pode ter sido também uma boa jogada sob o ângulo de possíveis alianças políticas, declaradas ou não.
Ana Paula tem todos os requisitos que Ciro Gomes estava procurando: é uma mulher negra, advogada, educadora e que se destacou atuando na área educacional.
Além disso, sua postura em relação às periferias de Salvador e da Bahia como um todo lhe garantiu o apelido de “Ana dos pobres”, que como é anunciada quando chega em áreas pobres do estado.
Isto, por si só, já seria o suficiente para Ana Paula ter sido escolhida como o complemente da ‘chapa puro-sangue’ do Partido Democrático Trabalhista.
ACM Neto e União Brasil
Mas além das credenciais de respeito, outro fator que pode chacoalhar a disputa presidencial é o fato de que Ana Paula foi um espécie de braço-direito de ACM Neto no comando da prefeitura de Salvador.
Neto, vale lembrar, é secretário-geral e um dos mais poderosos expoentes do União Brasil, partido que pode ser decisivo na disputa do fim do ano.
Já se comenta nos bastidores da política nacional que a tendência agora é que ACM Neto e toda uma ala do União Brasil entre de cabeça na campanha de Ciro Gomes.
A própria CNN Brasil, mais cedo, falou sobre o assunto:
CNN Brasil afirma que escolha de Ana Paula Matos, vice-prefeita de Salvador, como vice-presidente na chapa de Ciro Gomes (PDT), aproxima candidatura do PDT de ACM Neto e importante ala do União Brasil em momento decisivo, há menos de dois meses das eleições.
Assista: pic.twitter.com/vSsrd4FpHW
— Brasil Independente (@obrindependente) August 5, 2022
Tabuleiro de xadrez
Ninguém confirma publicamente, mas há quem diga que olhando o tabuleiro complexo da disputa deste ano, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e o próprio Ciro teriam levado tais questões em conta na hora de tomar uma decisão.
Mesmo que não exista um apoio oficial, que garantiria, por exemplo, um maior tempo de TV, ter parte importante do União Brasil atuando e colaborando na campanha do PDT ao Palácio do Planalto pode ter efeito decisivo na urna.
Entre ataques de soberba e de golpismo, é bom lembrar a todos que a campanha presidencial das eleições de 2022 ainda sequer começou.
Até dia 15, aliás, mudanças ainda podem ocorrer nos estados e na questão nacional.
Mais do que nunca, o jogo está aberto e tudo pode acontecer.
(Foto: Montagem/Reprodução)