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Opinião: Tecnologia. Você está preparado?

As bummers não se caracterizam pela tecnologia, mas pelo plano de negócio que é baseado em incentivos perversos e que “corrompe pessoas”, conforme diz Lanier. Bummers conduzem mudanças comportamentais, de visão de mundo, de atitude e de personalidade.

Tecnologia – Numa fase inicial, a Internet se expandiu através das universidades, com a colaboração de acadêmicos(as), e projetos coletivos como a Wikipédia e outros. Depois, passou ser dominada por redes de empresários que ofereciam previsões que só se tornaram possíveis com o acesso a um volume nunca antes acumulado de informações sobre o comportamento de todos(as) nós. Em seguida, a partir da década de 2010, as chamadas big techs, além de vender matérias-primas para previsões, conseguiram passar a vender também a transformação das nossas preferências.

AS BIG TECHS E A MANIPULAÇÃO EM REDE

Na aula 1 “Política nas redes sociais” do curso Hello Brasil, Felipe Neto se refere a essas empresas de “redes de mudança de personalidade” e detalha a instrumentalização política da tecnologia por indivíduos com ideais autoritários. Ele alerta sobre o grave risco que estamos correndo ao responder a perguntas como: O Brasil está preparado? Quais seriam as três medidas a serem tomadas hoje para lidar com esse risco?

Resumindo: Precisamos aprender a nos blindar. Quando passaram a ter acesso a smartphones, relata Felipe Neto, 55% da população brasileira achava que Internet era só o Facebook. Uma grande massa da população não diferencia uma notícia lida na Folha de São Paulo de uma frase anônima num grupo de WhatsApp. Felipe Neto fundou o Instituto Vero pra lidar com esse perigo.

O ÓDIO VIROU UM NEGÓCIO

Como foram criadas as tribos de autoritários? Com ingredientes como mensagens rasas que mexem com o brio do receptor, que fazem humor violento contra gordos(as), gays, etc; com mensagens que dão vontade de pegar uma faca de cozinha e partir pra cima de alguém; mobilizando desejos de justiça; realçando certezas violentas …

Claudia Penteado cita Jaron Lanier (autor de “Dez Argumentos para Você Deletar Agora suas Redes Sociais”),
que chama de bummers as “máquinas estatísticas que vivem nas nuvens da computação” e que estão por trás das gigantes das redes sociais: Facebook, Instagram etc.

As bummers não se caracterizam pela tecnologia, mas pelo plano de negócio que é baseado em incentivos perversos e que “corrompe pessoas”, conforme diz Lanier. Bummers conduzem mudanças comportamentais, de visão de mundo, de atitude e de personalidade.

LEIA: Economia, pandemia e crise
A perda de empatia nesse ambiente é apenas a primeira consequência inevitável.
Não. O eleitorado brasileiro não estava preparado para o Steve Bannon nem para toda a geração que o está seguindo. E não estamos preparados(as) para o que vem aí.
SE VOCÊ ACHA QUE ESTÁ BEM INFORMADO, VOCÊ ESTÁ MAL INFORMADO …

Então, prepare-se.

Veja na transcrição abaixo o que diz Leandro Demori em entrevista ao Meteoro (a partir do minuto 46h51) sobre a responsabilidade das grandes plataformas das redes sociais pelo fato de serem editoras de informação, por serem elas que, através dos algoritmos que elas projetaram e da veiculação de informações pagas e/ou falsas decidem quais das informações que postamos são de fato vistas e quais não, e quais informações são elaboradas especificamente para quais indivíduos.

“Todos os setores da economia são regulamentados no mundo todo, eu não vejo por que motivo os queridos do Vale do Silício não podem ser regulamentados. Tipo: ‘Meu Deus!’ ‘É um absurdo!’ ‘Não encosta em mim!’. Regulamentação não significa dizer que vai ter uma pessoa do governo dentro do Facebook… não é isso.

Regulamentação é fundar as bases da regra do jogo e isso ficou ao deus-dará porque foi muito rápido. Na Europa essa noção de que eles não são responsáveis meio que caiu já há um bom tempo. Eles são responsabilizados, sim, e em outros países do mundo está acontecendo também.

As redes sociais se encaram como a empresa que construiu a tubulação de água das cidades, mas ela diz o seguinte: ‘a empresa que trata a água é outra, são os jornalistas, são os usuários; se a água chegar podre na sua casa a responsabilidade é de quem mandou a água, eu só estou fornecendo a tubulação, eu sou só um meio, eu sou só um veículo, não produzo isso.’

Mas tem um detalhe muito importante: isso pressupõe que a tubulação está sempre perfeita. Só que a tubulação ― que são as redes sociais hoje: Twitter, Google, Facebook etc. e tal ― em uma bela medida está enferrujada, ou senão podre, e essa ferrugem cai na água que nós produzimos e chega podre na casa das pessoas. Então está contaminando a água, sim.

Como eles contaminam a água? Primeiro, o algoritmo. O algoritmo é uma contaminação da água. Se você está usando o Twitter ou está usando o Facebook, você não recebe todas as notícias das contas que você assina, você recebe aquilo que a rede social através de uma fórmula matemática chamada algoritmo joga na sua timeline. Então: SE ELES ESTÃO ESCOLHENDO, ELES ESTÃO EDITANDO, SE ESTÃO EDITANDO, ELES SÃO PUBLISHERS. ELES SÃO EDITORES. Se eu produzi dez coisas e você entregou só uma na timeline…então você está escolhendo o que se está lendo. Então você tem responsabilidade, sim.

E como que está sendo poluída a água ― não pelos produtores, mas pela empresa de encanamento, que são as redes sociais? A água está sendo poluída quando eles deixam que agentes externos ― que são esses produtores de fakenews, pessoas que a gente não sabe de onde vêm para onde vão, que não se sabe como são financiadas, que não têm responsabilidade civil, que não têm responsabilidade jurídica, que você não consegue muitas vezes encontrar para responsabilizar por calúnia e difamação, ameaça de agressão, de morte (essas bactérias) ― através da sua tubulação que é porosa, contaminem a água.

É simples de entender. Só que a gente está lidando com Google e Facebook e Amazon e etc. e tal, e eles são as novas companhias de petróleo da nossa era. São os grandes detentores de poder real no mundo hoje. Não é um poder abstrato. Essas pessoas são capazes, por ação ou por inércia, por ignorância ou por fechar um olho porque faz bem para os negócios, de interferir em Brexit, interferir em eleições no mundo inteiro, promover linchamento de pessoas na rua… Como não responsabilizar esses caras?

Só que a gente está lidando com gente tem muita grana muito poder, está em todos os países. São muito mais poderosas do que a política tradicional na maioria das vezes quando eles se metem nos assuntos. Eles têm lobistas espalhados nos congressos nacionais e locais do mundo inteiro ― olha a maneira como o Uber entrou no Brasil (eles enfiaram gente para fazer pressão em câmara de vereador em Porto Alegre, em Belo Horizonte, em São Paulo…) É muita, muita, muita, grana, muito poder: a coisa vai para o lado que eles querem.

Então é óbvio que eles levam o discurso público para esse lado, eles tentam barrar a discussão, como se fosse um crime a gente pensar em regulamentação de rede social e não é. A gente só quer saber quais são as regras do jogo”.

Diante disso, não é demais enfatizar: Prepare-se. Capacite-se.

Por Lolita Sala

Este texto é opinativo e não reflete, necessariamente, a opinião do site Brasil Independente.

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