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Zambelli processa jornalista – A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) processou o jornalista Luan Araújo, que foi perseguido e ficou sob a mira da arma da parlamentar na véspera do segundo turno da disputa presidencial do ano passado, por difamação.
A parlamentar apresentou queixa-crime contra Luan após a publicação de um texto do jornalista no site Diário do Centro do Mundo, no qual critica a bolsonarista.
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“Zambelli, que diz estar com problemas, na verdade está na crista da onda. Continua no partido pelo qual foi eleita, segue com uma seita de doentes de extrema-direita que a segue incondicionalmente e segue cometendo atrocidades atrás de atrocidades”, diz trecho do texto publicado.
Na publicação, que ainda está no ar, Luan diz que sofreu “diversos ônus desde aquele dia” e viu sua vida pessoal virar “de cabeça para baixo”.
“Para ela, uma mulher branca com conexões com pessoas poderosas, foi apenas mais um espaço para fazer o picadeiro clássico de uma extrema direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte”, diz outro trecho questionado pela defesa da deputada.
O juiz Fabricio Reali Zia, da Vara do Juizado Especial Criminal de São Paulo, discordou do entendimento do MP de rejeitar a ação e pediu a realização de uma audiência preliminar sobre o caso. Porém, antes mesmo de uma decisão final, o magistrado já solicita a remoção do texto em 48 horas, contando a partir da notificação do jornalista.
Na determinação, da última sexta-feira (28), o juiz escreve que há um “excesso de linguagem na matéria jornalística”.
“Trata-se de acusações que, em tese, ferem a honra subjetiva e objetiva da querelante e, portanto, neste momento processual, ultrapassam os limites da narração crítica acerca de um desentendimento ocorrido entre as partes”.
O site UOL tenta contato com o jornalista Luan Araújo sobre a determinação, ainda sem sucesso. A defesa de Carla Zambelli afirma que a deputada foi ofendida na ocasião.
“Recordemos que quando dos fatos, a deputada foi ofendida, provocada e xingada, o que foi esquecido por muitos. Essas ofensas e difamações não cessaram e essa queixa justamente quer fazer cessar esse discurso de ódio contra ela”, afirma o advogado criminalista Daniel Bialski.
Relembre
Aliada do ex-presidente Bolsonaro, Zambelli foi flagrada em vídeo pelo jornalista do Brasil Independente, Vinicius Costa, apontando a arma para Luan Araújo.
O caso ocorreu em outubro do ano passado, um dia antes do segundo turno das eleições, na esquina da rua Joaquim Eugênio de Lima com a alameda Lorena, em São Paulo.
No vídeo, Zambelli atravessa a rua e entra em um bar com uma pistola empunhada, assustando as pessoas presentes no local.
A parlamentar alegou que quis se defender após ter sido agredida e empurrada pelo homem, mas imagens do momento da confusão, no entanto, mostram que isso não aconteceu. A deputada teria caído sozinha.
Em 20 de dezembro, o ministro Gilmar Mendes atendeu pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) e determinou que Zambelli entregasse a pistola que usou para perseguir o homem.
A parlamentar cumpriu a decisão em 27 de dezembro, quando entregou a pistola Taurus G3C e as munições na Superintendência da PF em São Paulo.
O STF marcou para agosto o julgamento que pode tornar ré a deputada federal por perseguição armada.
A Suprema Corte agendou o caso para análise entre os dias 11 e 21 do próximo mês. O julgamento será em plenário virtual, modalidade em que os ministros apenas depositem seus votos em um ambiente digital.
(Com informações de UOL)
(Foto: Reprodução)