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Bolsonaro é intimado pela PF – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi intimado pela Policia Federal (PF) para depor no inquérito sobre as joias presenteadas pela Arábia Saudita, trazidas ao Brasil por uma comitiva de seu governo sem respeitar os devidos trâmites legais.
O tenente-coronel Mauro Cid, antigo assistente direto de Bolsonaro que tentou diversas vezes reaver as joias apreendidas pela Receita Federal, e o coronel Marcelo Câmara, que fazia a segurança do presidente também foram intimados para prestar esclarecimentos.
Segundo revelou o blog de Andreia Sadi, no G1, o depoimento está marcado para 5 de abril, às 14h30, quando se espera que Bolsonaro já esteja de volta ao país. Nos Estados Unidos desde o fim do ano passado, o ex-presidente deve retornar ao Brasil nesta quinta-feira (30), de acordo com o PL.
Enquanto presidente, Bolsonaro se recusou diversas vezes a prestar depoimentos, utilizando prerrogativas do cargo que ocupava. Agora, enquanto cidadão comum, ainda não é garantido que ele compareça, podendo simplesmente não comparecer. Apenas testemunhas são obrigadas a depor.
Proteção dos depoimentos
O delegado responsável pelo inquérito disse que os depoimentos não constarão nos autos da investigação “até a efetiva realização de todas as oitivas dos envolvidos”.
Ele argumenta que a medida evitará que as pessoas ouvidas “sejam procuradas antecipadamente pela mídia ou mesmo outros envolvidos, como também garante a isonomia entre os investigados de não serem ouvidos antes ou depois dos outros e saberem a sua versão dos fatos”.
A defesa de Bolsonaro pretende questionar essa decisão, alegando que ela restringe o princípio de ampla defesa e que a prática significaria manter um inquérito paralelo.
O caso das joias
A investigação envolve as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, que segundo o ex-ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, seriam presente para Michelle Bolsonaro, e foram retidas pela Receita Federal quando um assistente de Albuquerque tentou entrar no país sem declarar o conteúdo em sua mochila.
Além disso, o ex-presidente admitiu ter tomado posse de um outro conjunto de joias com relógio, abotoaduras e caneta presenteados também pelo país árabe, porém afirmou que não havia qualquer irregularidade no processo.
Foi descoberta ainda a existência de um terceiro conjunto de joias, que foi entregue à comitiva de Bolsonaro durante uma viagem à Arábia Saudita e ao Catar, em outubro de 2019. De acordo com o Estadão, essas joias estão em uma fazenda do ex-piloto Nelson Piquet, em Brasília.
(Com informações de G1)
(Foto: Reprodução)