‘Bolsonaro paraguaio’ – Ex-candidato à presidência do Paraguai, Paraguayo Cubas foi preso de maneira preventiva nesta sexta-feira (05), informou a Polícia Nacional.

A detenção tem como motivação a acusação de alteração da paz pública, após Cubas difundir a tese de que a eleição no país do último domingo – que reconduziu o Partido Colorado ao poder – foi fraudada.

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De acordo com o comandante da Polícia Nacional, Gilberto Fleitas, Cubas não apresentou resistência à prisão, realizada na localidade de San Lorenzo, nas proximidades de Assunção.

O político paraguaio está detido na sede do Agrupamento Especializado da Polícia.

Tão logo o resultado das eleições paraguaias foi anunciado no último domingo, o político ‘antissistema’ – que ganhou projeção após aparecer em um vídeo polêmico dizendo que “100 mil brasileiros bandidos” no país deveriam ser mortos – fez acusações de fraude no pleito, convocando manifestantes a saírem às ruas e impedirem a posse do eleito Santiago Peña.

Peña – do Partido Colorado – obteve 42,7% dos votos, contra 27,4% de seu principal rival, Efraín Alegre, da coalizão de centro-esquerda Concertación Nacional. Cubas ficou com 22,9% dos votos.

No Paraguai, as eleições não possuem segundo turno.

‘Bolsonaro paraguaio’

A prisão preventiva foi realizada por ordem do Ministério Público. Na última semana, as forças de ordem prenderam mais de uma centena de apoiadores do político.

Missões de observação internacionais da OEA e da União Europeia atestaram a transparência das eleições paraguaias, mas três candidatos contestaram o resultado preliminar apresentado pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE).

Foi a primeira vez que o país vizinho utilizou um modelo informatizado, apresentando um resultado antes da contagem física das cédulas.

Mas enquanto outros candidatos se limitaram a enviar pedidos de explicações e cobrar recontagens e apurações sobre o sistema, Cubas enveredou por um caminho de enfrentamento.

Além da convocação dos apoiadores para protestos nas ruas, ele vem alimentando a narrativa de fraude em suas redes sociais.

Em uma de suas últimas postagens, ele alega que as urnas utilizadas supostamente para fraudar as eleições foram enviadas para a Argentina.

Mandato cassado

Em 2019, Cubas teve o mandato cassado após agredir um policial. O caso foi gravado e nas imagens, Cubas é visto abordando policiais que faziam uma apreensão de madeira cortada ilegalmente na fazenda de um brasileiro na cidade de Minga Porã, no Alto Paraná, perto da fronteira com o Brasil.

“Bandidos brasileiros, bandidos! Invasores! Agora estão desflorestando o país”, diz Cubas.

“Sabem quantos brasileiros tem no nosso país? Dois milhões. Desses, 100 mil são bandidos e tem de morrer.”

Cubas perdeu o mandato em novembro daquele ano por “uso indevido de influências”, depois de protagonizar cenas de agressão física, ameaças e incitação à violência.

Sua legenda, Cruzada Nacional, acabou sem bancada.

Cubas deixou o partido no ano seguinte e concorreu como candidato independente.

(Com informações de O Globo)
(Foto: Reprodução)