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O presidente Jair Bolsonaro (PL), junto ao presidente de seu partido, Valdemar da Costa Neto, entrou com um pedido no Tribunal Superior Eleitoral para anular os votos de urnas eletrônicas de modelos anteriores a 2020, alegando mau funcionamento. No entanto, a petição inclui apenas o 2º turno das eleições, o que foi questionado pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes.
“As urnas eletrônicas apontadas na petição inicial foram utilizadas tanto no primeiro turno, quanto no segundo turno das eleições de 2022. Assim, sob pena de indeferimento da inicial, deve a autora aditar a petição inicial para que o pedido abranja ambos os turnos das eleições, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas”, diz o despacho do ministro.
O pedido de Bolsonaro
As urnas criticadas pelo atual presidente são as dos modelos UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015. Ao todo, elas são 352 mil das 577 mil máquinas usadas nas eleições deste ano, de acordo com a CNN Brasil. Ou seja, seriam anulados quase 60% dos votos.
O documento alega que uma auditoria feita pelo Instituto Voto Legal, contratado pelo PL, constatou o que chamou de “evidências contundentes de mau funcionamento de urnas eletrônicas”, por causa de supostos problemas nos “arquivos logs”.
“Todas as urnas dos modelos de fabricação UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015 apontaram um número idêntico de LOG, quando, na verdade, deveriam apresentar um número individualizado de identificação”, diz a representação.
Segundo a auditoria, apenas o modelo UE 2020 gerou “arquivos LOG com o número correto do respectivo código de identificação”, sugerindo ainda a possibilidade de fraude se houvesse “intervenções humanas” nos tais arquivos.
“Nos arquivos que não contêm o código de identificação da urna eletrônica correto, é impossível correlacionar, univocamente, os dados ali registrados com os eventos realmente ocorridos no mundo fático, sejam eles votos ou intervenções humanas”, afirma a representação.
1º turno
Apesar de a petição colocar em dúvida apenas o resultado do 2º turno, as mesmas urnas foram utilizadas no 1º, questão levantada por Alexandre de Moraes para que a corte sequer analise o documento.
O problema é que a inclusão do 1º turno questionaria a eleição das centenas de aliados de Bolsonaro eleitos para o Congresso e governos de estado. No caso de São Paulo, por exemplo, o ex-ministro de Bolsonaro Tarcisio de Freitas foi eleito com os votos do interior do estado, onde a maior parte das urnas utilizadas são dos modelos apontados como falhos.
Na capital paulista e região metropolitana, onde Fernando Haddad (PT) teve mais fotos, grande parte dos equipamentos era do modelo UE 2020, considerado confiável pelo relatório.
Com informações de: CNN Brasil
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