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Mais de 300 municípios no semiárido do Nordeste e de Minas Gerais voltaram a ficar sem água potável com a paralisação da Operação Carro-Pipa após um novo corte de verba feito pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Neste mês, mais de 1,5 milhão de pessoas seriam atendidas.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que coordena a operação em parceria com o Exército, o Ministério da Economia bloqueou R$ 21 milhões necessários para a manutenção da operação até o fim do mês e não deu previsão para a liberação de mais recursos.
Após um corte de verba suspender a operação em 30 de outubro, o governo fez um repasse extra de R$ 21,4 milhões que permitiu a retomada do trabalho no dia 28 de novembro. No entanto, o valor foi suficiente para manter o serviço em funcionamento apenas até ontem, terça-feira (13).
No momento, dos 461 municípios elegíveis para serem atendidos pelos carros-pipa, 259 estão aguardando recursos, 56 estão temporariamente suspensos, 135 em execução e 10 em reconhecimento de decretos, de acordo com o site oficial da operação.
Verba negada
A diretora do Departamento de Articulação e Gestão da Defesa Civil Nacional, Karine Lopes, disse que foram enviados ofícios ao Ministério da Economia e à Presidência da República avisando sobre a situação, mas os alertas e pedidos são feitos de forma recorrente,
“A gente não encaminhou só ontem, a gente vem encaminhando [ofícios com pedidos de suplementação de verba] o ano inteiro. Desde o começo do ano a gente já tinha clareza e oficializou ao Ministério da Economia que o recurso para OCP [Operação Carro-Pipa] não seria suficiente”, afirmou.
Problema deve continuar
A falta de recursos para a Operação deve continuar no governo Lula. Isso porque o MDR comunicou que seriam necessários R$ 739,8 milhões para manter a circulação dos carros-pipa em 2023, mas a pasta de Paulo Guedes destinou R$ 627 milhões no seu plano de orçamento.
Procurado, o Ministério da Economia não quis comentar o caso e informou apenas que “a Secretaria de Orçamento Federal se manifesta somente acerca de créditos orçamentários cujas propostas já estejam formalizadas e seus efeitos tornados públicos.”
A resposta destacou ainda a nota que a pasta divulgou no dia 5, em que falou sobre a “situação orçamentária e financeira difícil” neste fim de ano.
Informações: UOL