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EUA vetam cessar-fogo na Faixa de Gaza – Nesta terça-feira (20), os Estados Unidos vetaram pela terceira vez consecutiva um projeto enviado ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que determinava um cessar-fogo imediato no conflito entre Hamas e Israel, que ocupa e bombardeia parte do território palestino, a Faixa de Gaza.
Israel já matou quase 30 mil pessoas na Faixa de Gaza, e estima-se que cerca de 20 mil destas vítimas sejam crianças e mulheres. Atualmente, o Conselho é formado por 15 membros, mas somente cinco têm direito a poder de veto, sendo Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido.
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Treze membros do órgão votaram a favor do texto que havia sido redigido pela Argélia, enquanto o Reino Unido se absteve. Os EUA foram o único país a se manifestar de forma contrária à resolução e utilizou o seu poder de veto, enterrando a proposta.
“Qualquer ação que este conselho tome neste momento deve ajudar, e não atrapalhar as negociações sensíveis e contínuas. E acreditamos que a resolução que está sendo discutida agora teria, de fato, um impacto negativo sobre essas negociações”, argumentou a representante norte-americana.
Foi a terceira vez que o governo dos EUA vetou uma resolução de cessar-fogo no conflito. Em outubro do ano passado – quando o conflito se iniciou -, os norte-americanos bloquearam uma proposta do Brasil sob a justificativa de que havia ausência de uma afirmação do direito de Israel de se defender.
Contra cessar-fogo imediato
Dois meses depois, em dezembro, Washington barrou outra proposta, agora apresentada pelos Emirados Árabes Unidos.
“Não apoiamos os apelos a um cessar-fogo imediato. Isto plantaria sementes para a próxima guerra, porque o Hamas não deseja ver uma paz.”, disse na ocasião Robert Wood, vice-embaixador dos EUA na ONU.
Segundo a agência de notícias Reuters, os norte-americanos propuseram uma versão alternativa de resolução, na qual se opõem a uma invasão em larga escala do Exército de Israel em Rafah, cidade na fronteira com o Egito que concentra mais de um milhão de palestinos que tentam fugir do conflito.
A proposta é novidade no Conselho de Segurança, fórum no qual os EUA têm blindado Israel e vetado resoluções que não mencionem o “direito de defesa” israelense ou tréguas prolongadas no conflito.
O texto preliminar proposto pelos EUA “determina que, nas circunstâncias atuais, uma grande ofensiva terrestre em Rafah resultaria em mais danos aos civis e em seu deslocamento adicional, incluindo potencialmente para países vizinhos”.
Israel diz que vai invadir Rafah em 10 de março – início do Ramadã – caso o Hamas não solte os mais de cem reféns israelenses e estrangeiros ainda em seu poder.
(Com informações da Folha de S. Paulo)
(Foto: Reprodução/Manuel Elias/ONU)