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Festival de cinema italiano – O Festival de Cinema Italiano no Brasil 2023 começa nesta quarta-feira (08) e promete levar ao público brasileiro o melhor da produção cinematográfica italiana atual e do século passado. O festival ocorre por todo o país até o dia 9 de dezembro.
A seleção de 32 filmes é composta por 16 longas inéditos, alguns deles recém-lançados na Itália como é o caso de “Ainda Temos o Amanhã” (C’è Ancora Domani, 2023), drama de Paola Cortellesi que abriu o Festival de Cinema de Roma deste ano e que estreou liderando a bilheteria de seu país, e por 16 clássicos na retrospectiva “A Comédia à Italiana”.
A iniciativa chega gratuitamente em todo o Brasil através do streaming, disponível no site do festival, e nas exibições presenciais que acontecem em diversas cidades nas cinco regiões brasileiras.
“A 18ª edição do Festival é uma oportunidade para os amantes do cinema mergulharem na rica tradição cinematográfica da Itália. Seja através dos olhos dos diretores contemporâneos ou da lente nostálgica da ‘Commedia all’italiana’, há algo para todos neste festival”, explica Erica Bernardini, curadora e diretora cultural do festival, ao lado de Nico Rossini, que também é diretor da Câmara de Comércio Ítalo-Brasileira, que promove o festival desde sua primeira edição.
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Lançamentos direto da Itália
Entre os 16 lançamentos do festival, um dos destaques – que abriu esta 18º edição do evento em sua tradicional avant-première na última terça (31), no Auditório Oscar Niemeyer, no Parque Ibirapuera em São Paulo – é a cinebiografia “A Sombra de Caravaggio” (L’Ombra di Caravaggio, 2022), de Michele Placido.
No drama de época, Riccardo Scamarcio dá vida ao rebelde, controverso e genial pintor Michelangelo Merisi, conhecido como Caravaggio, durante o ano de 1609, enquanto ele aguarda o perdão papal para escapar de uma sentença de morte e encontra refúgio na família Colonna.
O elenco ainda conta com estrelas internacionais, como os atores franceses Isabelle Huppert e Louis Garrel, além do próprio ator e diretor italiano Michele Placido e seu filho Brenno Placido, que esteve no Brasil para participar da noite de abertura do evento.
A seleção desta edição apresenta cinco produções que foram pré-selecionadas pela Itália na sua escolha pelo candidato a representar o país na disputa do Oscar de Melhor Filme Internacional em 2024.
Uma delas, é o citado filme de abertura do Festival de Roma, onde foi premiado pelo público, “Ainda Temos o Amanhã”, estreia da atriz Paola Cortellesi na direção deste drama, que ela estrela ao lado de Valerio Mastandrea, sobre uma mulher que passa a questionar seu papel na Roma pós-guerra, nos anos 1940.
Outra obra do festival com direção feminina é “A Terra das Mulheres” (La Terra delle Donne, 2023), da cineasta Marisa Vallone e estrelado por Paola Sini, que se passa na Sardenha rural durante a Segunda Guerra Mundial, onde Fidela, a sétima filha de uma mulher considerada uma bruxa pela tradição popular, enfrenta o desafio de ser diferente e tem sua vida transformada quando a maternidade a encontra.
“Grazie Ragazzi”
Entre os pré-selecionados que chegam aqui, está também o thriller “A Última Noite de Amore” (L’Ultima Notte di Amore, 2023), em que o ator Andrea Di Stefano volta a se aventurar atrás das câmeras para acompanhar os passos de Franco Amore (Pierfrancesco Favino), um tenente da polícia que, na última noite antes de se aposentar, investiga uma cena do crime onde o seu parceiro de longa data, Dino (Francesco Di Leva), foi assassinado durante um roubo de diamantes.
“Obrigado, Rapazes” (Grazie Ragazzi, 2023) é uma comédia de Riccardo Milani na qual Antonio Albanese interpreta um ator desempregado que aceita o trabalho de ensinar teatro em uma prisão e, ao descobrir o talento dos detentos, decide encenar a famosa peça de Samuel Beckett, “Esperando Godot”.
Além dos palcos, as telas do cinema são o destaque de “O Retorno de Casanova” (Il Ritorno di Casanova, 2023), drama de Gabriele Salvatores em que Toni Servillo vive um aclamado diretor de cinema em sua última obra e escolhe contar a história de Casanova de Arthur Schnitzler, um personagem incrivelmente parecido com ele, mais do que ele mesmo pode imaginar, agora que os tempos de juventude se foram.
Toni Servillo também está presente no elenco de “O Primeiro Dia da Minha Vida” (Il Primo Giorno Della Mia Vita, 2023), de Paolo Genovese, um dos lançamentos do gênero de comédia presentes no festival, como “A Última Vez que Fomos Crianças” (L’ultima Volta Che Siamo Stati Bambini, 2023), de Claudio Bisio, e “As Minhas Garotas de Papel” (Le Mie Ragazze di Carta, 2023), de Luca Lucini.
A seleção ainda traz filmes que foram exibidos em prestigiados festivais, como “A Invenção de um Crime” (Il Signore delle Formiche, 2022), de Gianni Amelio, no Festival de Veneza; “Primadonna” (2022), de Marta Savina, no de Londres; e “Orlando” (2022), de Daniele Vicari, em Torino.
Completam a lista de novidades, o thriller “O Homem na Estrada” (L’Uomo Sulla Strada, 2022), de Gianluca Mangiasciutti, e os dramas “Billy” (2023), de Emilia Mazzacurati, “Contos de Domingo” (I Racconti Della Domenica, 2022), de Giovanni Virgilio, e “Um Amor de Domingo” (La Quattordicesima Domenica del Tempo Ordinario, 2023), de Pupi Avati.
Retrospectiva “A Comédia à Italiana”
Além disso, o Festival de Cinema Italiano no Brasil 2023 homenageia e faz uma retrospectiva da comédia italiana, levando ao público brasileiro 16 clássicos do país no gênero.
Um deles é “A Trapaça” (Il Bidone, 1955), do mestre Federico Fellini, que mesclou a comicidade com outros gêneros na história do trio de vigaristas cujo líder muda sua atitude ao perceber que sua filha precisa de ajuda.
O evento também resgata pares de obras de outros grandes nomes do cinema italiano como o roteirista e diretor Mario Monicelli, com “Brancaleone nas Cruzadas” (Brancaleone alle Crociate, 1970) e “Parente É Serpente” (Parenti Serpenti, 1992); a cineasta vencedora de um Oscar Honorário, Lina Wertmüller, com “Mimi, o Metalúrgico” (Mimí Metarllugico, Ferito Nell’ Onore, 1972) e “Por um Destino Insólito” (Travolti da an Insolito Destino nell’Azzurro Mare d’Agosto, 1974); e do diretor Luciano Salce, que chegou a trabalhar alguns anos na Vera Cruz, no Brasil, e está neste resgate com “Pato com Laranja” (L’Anatra all’Arancia, 1975) e “Arturo De Fanti Bancário e Precário” (Rag. Arturo De Fanti Bancario-Precario, 1980).
Um dos pais da comédia italiana, Dino Riso está presente com um trabalho solo, “Pobres mas… Belas” (Poveri Ma Belli, 1957), e outro longa codirigido com Luigi Filippo D’Amico e Luigi Zampa, “Esses Nossos Maridos” (I Nostri Mariti, 1966).
O festival ainda traz mais títulos clássicos de várias décadas e origens ao público brasileiro. Representando a Sardenha, Nanni Loy está na seleção com “Golpe dos Eternos Desconhecidos” (Audace Colpo dei Soliti Ignoti, 1959), enquanto Alberto Lattuada, nascido na região da Lombardia, está com “Venha Tomar Café Conosco” (Venga a Prendere il Caffè… Da Noi, 1970). Luigi Comencini, da província de Bréscia, é lembrado com “O Gato” (Il Gatto, 1977); Pasquale Festa Campanile, da região da Basilicata, com “Rugantino, o Conquistador” (Rugantino, 1973); e Giuseppe Bertolucci, da cidade de Parma, assim como seu famoso irmão Bernardo, com “Berlinguer, I Love You” (Berlinguer, ti Voglio Bene, 1977).
Para completar, os romanos Steno e Elio Petri são recordados com “Amor à Italiana” (Amore all’Italiana, 1966) e “A Propriedade Não É Mais um Roubo” (La Proprietà Non È Più un Furto, 1973), respectivamente.
(Por Ana Luisa Vieira) (@naluisavieira)
(Foto: Reprodução)