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Marcha dos Sem Terra de SP – Teve início nesta quarta-feira (10) a Marcha dos Sem Terra de São Paulo, com milhares de trabalhadores rurais sem terra e membros de entidades sociais saindo de Sorocaba rumo à capital paulista.
Manifestantes seguem marchando pela Rodovia Castello Branco.
A chegada da Marcha em São Paulo está prevista para o dia 15, onde os integrantes têm audiências previstas na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP), no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e na Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP).
No dia 17, está marcada uma audiência com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
A Marcha dos Sem Terra de São Paulo é organizada pelo Movimento dos Agricultores Sem Terra (MAST) e a Frente Nacional de Lutas (FNL).
Os movimentos sociais vão entregar uma pauta de reivindicação com destaque para o assentamento imediato das famílias acampadas nas dez fazendas julgadas devolutos pela justiça.
Além disso, pedem a incorporação do MAST e FNL nas mesas de seleção no estado, a simplificação do cadastro dos Sem Terra e o estímulo às compras governamentais de produtos da agricultura familiar.
Carla Zíper, representando Lino de Macedo, coordenador nacional do MAST, falou à reportagem do Brasil Independente e explicou que os trabalhadores esperam por terras há mais de dez anos
“Contra os desmandos do governo estadual e também do governo federal, os trabalhadores rurais esperam há mais de 10 anos pelo assentamento da terra, morando em acampamentos. Vamos à ALESP no dia 17 para sensibilizar os deputados e em seguida teremos uma audiência com o governador João Doria e levar ao conhecimento dele os conflitos causados pelos grileiros ilegítimos da terra, que devem ser usadas para a Reforma Agrária. A Marcha é para forçar o governador a assentar essas famílias o mais rápido possível” – Carla Zíper, representando Lino de Macedo, coordenador nacional do MAST
Frente Nacional de Lutas apoia Marcha
Em seu manifesto, a FNL, presidida por Zé Rainha, destaca o momento grave que os movimentos de luta por terra e sociais em geral vivem no país.
“Vivemos tempos sombrios. A questão da humanização foi renegada diante de um projeto de morte que governa o país. A inflação do Brasil já é a terceira maior da América Latina, com reflexo direto na vida da população. O preço dos alimentos e combustíveis subiram absurdamente, levando a fome e a insegurança alimentar assolarem o país, afetando principalmente os mais pobres” – Manifesto da Frente Nacional de Lutas
A FNL é uma organização social fundada em 2014 que tem em seus princípios a defesa do meio ambiente e do planeta Terra.
Com foco especial na luta pela terra e a reforma agrária no Brasil, visa acabar com os privilégios dos latifundiários.
Além disso, um dos seus objetivos é fazer a terra cumprir sua função social, produzindo alimentos saudáveis, sem venenos e agrotóxicos que contaminam os rios, as produções de exportações e as florestas tropicais.
“O desemprego atinge mais de 14% dos brasileiros e o trabalho informal afeta 40% da população. Além disso, uma pandemia já matou centenas de milhares de pessoas, mortes influenciadas pelo descaso do Governo Federal com a saúde pública, atendendo aos interesses do lucro e do capital ao invés da vida de sua própria população. O cenário é de uma barbárie social” – Manifesto da Frente Nacional de Lutas
Ao lado do MAST, a FNL irá marchar durante cinco dias pelo interior de São Paulo em direção à capital.
Confira o manifesto da FNL na íntegra aqui.
Veja abaixo a programação da Marcha dos Trabalhadores Rurais Sem Terra:
10/11 – Marcha de Sorocaba até Mairinque (KM 69) com formação política em Reforma Agrária e Ecossocialismo: Alternativas à fome, seca e a emergência climática.
11/11 – Marcha até Araçariguama (KM 54) – Formação Política: Luta contra as privatizações e grilagem
12/11 – Marcha até Santana do Parnaíba (KM39/40) – Formação Política: Educar para Revolucionar o Campo e a Cidade
13/11 – Marcha até Barueri (KM 26) – Formação Política: Poder para as Periferias e Vidas Negras Importam e Plenária auto organizada de mulheres
14/11 – Chegada em São Paulo com Aula Pública “Nossa unidade é com o povo por terra, trabalho e moradia”.