Reforma Trabalhista foi uma tragédia – Em entrevista à Carta Capital, nesta sexta-feira (28), o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que a sociedade precisa refletir sobre a “tragédia que foi a reforma trabalhista”.

O ministro crê ser possível fazer com que o Congresso revogue parte da reforma aprovada pelo governo Temer (MDB), mas só que isso só será possível com participação popular.

Segundo Marinho, a terceirização irrestrita é um ponto que precisa ser revisto pelo Congresso Nacional na análise da reforma trabalhista.

Após reunião com centrais, governo recria política de valorização do salário mínimo

“A terceirização, do jeito que ela está no Brasil, é irmã gêmea do trabalho análogo à escravidão”, disse.

Reforma Trabalhista foi “tragédia”

O ministro garantiu que o governo está discutindo o tema ao lado de sindicatos, trabalhadores e empresários.

“(É preciso) dar estímulo para que as partes busquem refletir sobre a tragédia que foi a reforma trabalhista. Em especial, o aspecto da terceirização, do jeito que ficou. O que levou à precarização da remuneração e do formato do contrato”, argumenta.

Marinho defendeu que este aspecto foi justamente o motivador do aumento no número de casos de trabalho análogo à escravidão registrados no Brasil.

“Nós queremos acabar com o trabalho análogo à escravidão. Acredito, sinceramente, que é com muita participação da sociedade que nós vamos conseguir fazer com que o Congresso permita que avance a conquista da classe trabalhadora”, afirmou o ministro.

Caso espanhol

Luiz Marinho cita a viagem feita recentemente à Espanha, compondo a comitiva do presidente Lula (PT), onde teve a oportunidade de discutir como o país europeu conseguiu revogar partes da reforma trabalhista aprovada no passado.

Marinho chamou a prática de “correção de rumo” e defendeu que ela guie o caso brasileiro.

“Importante lembrar que a reforma trabalhista que o governo Temer fez foi a legislação anterior espanhola, e trouxe um processo de desorganização e de precarização das relações de trabalho”, afirmou Marinho.

“A gente precisa ter essa capacidade de escuta de uma experiência que é uma correção de rumo, e nós precisamos fazer correção de rumo, também, no Brasil”, completou.

(Com informações de Carta Capital)
(Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Vai ter golpe contra Lula?

Nesta terça-feira (25), o “BRI Sem Papas” debateu o escândalo do vazamentos das imagens que mostram agentes do GSI dentro do Palácio do Planalto durante a invasão golpista de 8 de janeiro.

Também flagrado dentro do prédio, o então ministro do GSI, general Gonçalves Dias, pediu demissão do cargo após reunião de emergência com o presidente Lula (PT).