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Ouro ilegal extraído no Brasil – Caro leitor, saiba que neste celular que está agora na sua mão – ou no seu notebook, ou no moderníssimo tablet que você carrega na bolsa, etc – há a altíssima chance de haver ouro brasileiro extraído ilegalmente.
É seguro afirmar isto, pois de acordo com reportagem publicada na última segunda-feira (25) pela Folha de S. Paulo, as quatro gigantes mundiais da tecnologia – Microsoft, Apple, Amazon e Google – utilizaram ouro de terras indígenas do Brasil provenientes de atravessadores e organizações que atuam irregularmente, agindo em garimpos ilegais (sobretudo na Amazônia).
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O ouro, em forma de fios, ainda é amplamente utilizado nos atuais equipamentos eletrônicos.
Investigação realizada pelo repórter Daniel Camargos obteve documentos que revelam que as empresas citadas adquiriram ouro de refinadoras que, diretamente ou indiretamente, estão envolvidas com receptação de minério extraído ilegalmente, como a italiana Chimet e a brasileira Marsam.
Fiscalização ineficiente
A fiscalização sobre a origem do que é extraído (principalmente quanto à rastreabilidade) ainda é considerada bastante ineficiente, e sem a devida transparência – terreno fértil para que o crime organizado esteja presente, e que diversas violações a direitos e leis ocorram sem tanta surpresa.
E soma-se a isso os conhecidos esforços do atual presidente da república, Jair Bolsonaro (PL), para regularizar a mineração em terras de povos originários – o que certamente dá aval para ações à margem da lei e que são altamente destrutivas ao meio ambiente.
É também relatada anuência e a negligência de agências – estrangeiras, aliás – que, a princípio, deveriam zelar pela fiscalização e certificação adequada da origem do minério extraído – dentre elas a RMI (Iniciativa Responsável de Minerais, em inglês) e a LBMA (Associação do Mercado de Ouro de Londres, em inglês, que na prática funciona como um balcão de atacado para a negociação de metais preciosos).
E aqui o termo “origem” refere-se também ao combate à captação de metal proveniente de lugares onde ocorram violações de direitos humanos, lavagem de dinheiro e financiamento de terrorismo, dentre outros.
Leia a reportagem publicada pela Folha de S. Paulo clicando aqui.