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Pancadaria entre vereadores – Nesta quarta-feira (27), a sessão da Câmara de Vereadores de Belford Roxo, Baixada Fluminense, terminou em pancadaria e com acusações de agressão a vereadores.
A confusão começou quando foi lida a lista de presença dos parlamentares com os nomes de Eduardo Araújo e Fabinho Varandão. As informações são de reportagem de Felipe Grinberg no jornal Extra.
Explica-se: os dois são ex-secretários da prefeitura que pediram exoneração do cargo na semana passada para votar contra um projeto do prefeito Wagner Carneiro (Republicanos), o Waguinho, na Câmara.
No entanto, houve um curioso atraso no processo de exoneração e, para parte da Câmara, eles continuam licenciados. A PM informou que deteve um homem armado na Câmara, que teria disparado um tiro dentro no parlamento municipal durante a confusão.
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Nesta quarta-feira (27), a sessão da Câmara de Vereadores de Belford Roxo, Baixada Fluminense, terminou em pancadaria e com acusações de agressão a vereadores.
Pessoas presentes no momento da confusão ainda relataram que um tiro foi disparado dentro da Câmara. pic.twitter.com/Wvl3CHAC2u
— BRI – Brasil Independente 📰🇧🇷 (@obrindependente) September 27, 2023
Durante confusão, o vereador Markinho Gandra foi agredido no rosto. Em um vídeo publicado nas redes sociai,s vereadores de oposição também dizem que foram agredidos. Os parlamentares foram para a delegacia registrar ocorrência na 54ª DP (Belford Roxo).
“Eu e o vereador Eduardo Araújo viemos tomar posse e fomos agredidos dentro da câmara. Eu vi um funcionário dar um soco no vereador Markinho dentro da Mesa. Tem relato que puxaram a arma dentro do plenário e deram um tiro para o alto”, diz Fabinho Varandão.
“Parecia um cenário de guerra. Fomos agredidos com socos e pontapés. Aqui a lei vai prevalecer”, completou Gandra.
Em nota, a PM informou que policiais militares do 39ºBPM (Belford Roxo) foram acionados para uma ocorrência de briga na Câmara e um homem armado foi detido portando uma arma e foi conduzido para a 54ªDP (Belford Roxo).
Eleição antecipada
O racha entre os dois maiores grupos políticos do município na disputa pela prefeitura da cidade nas eleições de 2024 está no centro da confusão ocorrida nesta quarta.
De um lado, vereadores que apoiam o prefeito Waguinho e do outro, o deputado estadual e provável candidato à prefeitura Marcio Canella (União Brasil). A confusão na Câmara ocorreu durante a tentativa de Waguinho em prorrogar o mandato do presidente da Câmara, Armandinho Penelis (MDB), por mais um ano.
O projeto que muda as regras de eleição na Casa foi enviado pelo executivo na semana passada e classificada por Waguinho como de “máxima urgência”. Nos bastidores, a proposta é classificada como política, já que até então havia um acordo entre os dois grupos para a alternância de poder na casa a cada ano.
No mesmo sentido, havia um acordo informal para o atual prefeito apoiar Marcio Canella, que foi o candidato o vice na chapa de Waguinho nas eleições de 2020. Só que o prefeito resolveu lançar seu sobrinho Matheus Carneiro como seu sucessor e também já teria acordado com o PT que a vaga de vice seria de um indicado pelo partido. E a crise explodiu.
A tentativa de mudar a sucessão na Câmara foi um episódio ligado ao racha político na cidade. Licenciados por serem secretários da prefeitura, Eduardo Araújo e Fabinho Varandão pediram demissão para retomarem seus mandatos de vereador e assim, se juntar à oposição.
“Desligaram a luz e a internet”
Com os dois, a oposição teria 13 dos 25 parlamentares e a maioria absoluta da Casa. No entanto, eles denunciam que não conseguem ser exonerados e retomar à Câmara Municipal.
“Desligaram a luz e a internet da prefeitura para o processo administrativo não ser feito. Protocolamos a saída na sexta-feira. O mandato é do vereador”, diz Varandão, que entrou na Justiça para assegurar a recondução como vereador.
Em nota, a prefeitura de Belford Roxo admitiu que a falta de energia afetou os sistemas e impediu trâmites administrativos, mas que o problema “foi sanado imediatamente”.
“A Prefeitura de Belford Roxo informa que a falta de energia afetou o sistema das Secretarias do prédio, causando queda na rede interna que é alimentada pela internet, impossibilitando assim qualquer movimentação documental e administrativa. O problema foi sanado imediatamente”
Oposição crescente
Até o início do mês, a oposição a Waguinho na Câmara dos Vereadores contava apenas com seis parlamentares, mas a proposta de cancelar a eleição à presidência da Casa gerou insatisfação e fez a lista aumentar.
Nesta semana, 13 parlamentares criaram um bloco independente e passaram a ser maioria: Markinho Gandra, Eduardo Araújo, Ribeiro, Telminho, Sidney Canella, Fabinho Heliopolis, Igor Feio, Rodrigo Gomes, Henrique Farofa, Dudu Canella, Regina do Valtinho, Rodrigo Com a Força do Povo e Fabinho Varandão.
“O prefeito quer fazer um puxadinho na Câmara. Eram seis vereadores de oposição, mas parte da base se sentiu traída e se criou um desgaste e insatisfação”, diz o vereador Rodrigo Com a Força do Povo.
O prefeito Waguinho teria tentado convencer seus então secretários a permanecer no governo, já que seus suplentes teriam tendência em votar favorável à mudança proposta na Câmara.
Pessoas indicadas pelos vereadores-secretários em cargos na prefeitura teriam sido exonerados para fazer pressão aos parlamentares.
No fim de semana, Marcio Canella fez uma caminhada com parte dos apoiadores pela cidade e em uma postagem nas redes sociais, fez questão de ressaltar que estava acompanhado “da maioria dos Vereadores da Câmara Municipal e de lideranças políticas” para o lançamento de uma obra do governo estadual.
Procurados, Canella e Waguinho não responderam os contatos da reportagem do jornal Extra.
(Com informações de Extra)
(Foto: Montagem/Reprodução)
