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Liz Truss renuncia – Depois de apenas seis semanas à frente do governo do Reino Unido, a primeira-ministra britânica que substitui Boris Johnson, Liz Truss, renunciou ao cargo nesta quinta-feira (20). Truss já vinha sofrendo grande pressão devido às instabilidades provocadas por uma crise financeira no país, que foi agravada após o anúncio de um novo plano econômico.
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Lizz é a terceira líder britânica consecutiva a abandonar o cargo antes do fim do mandato. Ao permanecer apenas um mês e meio no cargo, a ex-primeira-ministra se tornou nesta quinta a pessoa que menos tempo ficou no posto na história do país.
Após Boris Johnson renunciar devido escândalos envolvendo sua participação em festas privadas durante a pandemia e denúncias de abuso sexual por parte de dois grandes membros de seu governo, Lizz Truss entrou na gestão para o substituir.
Portanto, sua inserção como autoridade já foi turbulenta. Depois da entrada de Lizz, em apenas três dias a Rainha Elizabeth II morreu, fazendo com que os trabalhos do governo fossem adiados em respeito às cerimônias de despedida e luto nacional.
Crise se agravou
Durante essa semana as polêmicas e incertezas da gestão foram se agravando. O número de parlamentares e membros do próprio partido de Truss que estavam pedindo a renúncia só aumentava, e mais da metade dos integrantes do Partido Conservador apoiava a sua saída.
Outro fato agravante para a imagem da mulher aconteceu durante o pronunciamento do novo ministro das Finanças, Jeremy Hunt, que anunciou a mudança completa do plano da primeira-ministra, enquanto ela ficou sentada atrás dele sem se pronunciar, esse foi considerado o ápice de sua queda.
“A primeira-ministra perdeu o controle do governo e a confiança dos parlamentares conservadores”, declarou o deputado Steve Double, do mesmo partido de Truss.
Steve se refere ao plano econômico apresentado pela gestão Lizz, o que agravou os problemas econômicos que já estavam acontecendo no Reino Unido.
A premiê planejava diminuir a taxa máxima de imposto de renda de 45% para 40%, além de reduzir as taxas para compra de casas e cancelar o aumento nos impostos empresariais que ainda iria a vigor, definido anteriormente pelo governo, que iria passar de 19% para 25%.
Esse corte causaria a perda de 45 bilhões de libras (cerca de 263 bilhões de reais) das receitas do governo nos próximos cinco anos.
Segundo o economista Igor Lucena a população e parlamentares não haviam aceitado a ideia de que a diminuição de impostos em um momento de inflação elevada traria bons resultados econômicos.
“O plano dela fracassou porque houve uma falta de foco no combate à inflação, um impacto no fiscal robusto e um terceiro motivo que eu citaria que é como essa combinação gera baixo crescimento econômico, justamente o oposto do que ela pretendia”, afirmou o economista.
(Com informações de G1)
(Foto: Reprodução)