Share This Article
Saída de Campos Neto – Na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) após a divulgação da proposta do governo de um novo arcabouço fiscal, o Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75%.
Os integrantes do Copom ainda não deram sinais de que irão reduzir os juros na próxima reunião, em junho, e disseram mais uma vez que não existe “relação mecânica” entre a aprovação do texto pelo Congresso e o relaxamento da política monetária.
O BC voltou a afirmar que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste” caso a inflação não caia, o BC, desta vez, atenuou um pouco o discurso dizendo que esse cenário agora é “menos provável”.
Laudo do MP aponta rachadinha no gabinete de Carlos Bolsonaro, diz jornal
A Selic em 13,75% é o maior patamar de juros desde novembro de 2016, quando a taxa estava em 14% ao ano. Foi a sexta manutenção seguida nesta patamar.
O BC voltou a falar em “paciência e serenidade” na condução da política monetária, mesma expressão que usou no comunicado da decisão de março, que também não mexeu na Selic.
“Considerando a incerteza ao redor de seus cenários, o Comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.
Central Sindical pede saída de Campos Neto
Após o anúncio, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) publicou uma nota pedindo a saída imediata de Roberto Campos Neto da presidência do órgão responsável pela política monetária do país.
“Ao manter a taxa básica de juros em 13,75%, o Comitê de Política Monetária (COPOM), liderado pelo presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, promove um ataque direto ao desenvolvimento, à geração de emprego e ao futuro do Brasil.”, inicia a nota.
A nota, assinada pelo presidente da CSB, Antonio Neto, afirma que a Selic atual está “sabotando o crescimento econômico do país”.
A central sindicais pede a revogação da autonomia dada ao BC e reiterou suas críticas à “política neoliberal”, que segundo a CSB, prioriza a especulação financeira e o rentismo, inviabilizando a industrialização e a geração de empregos dignos no Brasil.
“Exigimos a imediata saída de Campos Neto, que tem se mostrado incapaz de gerir a política monetária com responsabilidade social. Suas escolhas têm privilegiado os interesses do mercado financeiro em detrimento da maioria da população brasileira.”
Confira a nota, na íntegra:
“Nota da CSB pela retirada IMEDIATA de Campos Neto do Banco Central
Ao manter a taxa básica de juros em 13,75%, o Comitê de Política Monetária (COPOM), liderado pelo Presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, promove um ataque direto ao desenvolvimento, à geração de emprego e ao futuro do Brasil.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e os membros do COPOM estão sabotando o crescimento econômico do país. A manutenção dos juros em patamares tão elevados não encontra justificativas nem mesmo na ortodoxia liberal. As escolhas do Banco Central (BC) é um obstáculo para o progresso, pois desestimula o investimento produtivo e agrava a concentração de renda.
Exigimos a imediata saída de Campos Neto, que tem se mostrado incapaz de gerir a política monetária com responsabilidade social. Suas escolhas têm privilegiado os interesses do mercado financeiro em detrimento da maioria da população brasileira.
A Central dos Sindicatos Brasileiros reafirma sua crítica à política neoliberal que tem sido reproduzida, priorizando a especulação financeira e o rentismo, inviabilizando assim a industrialização e a geração de empregos dignos para os trabalhadores brasileiros. É preciso uma mudança urgente de rumo para colocar o país no caminho do desenvolvimento inclusivo e sustentável.
Por isso, pedimos a revogação da Independência do Banco Central ou, pelo menos, a mudança na lei, estabelecendo a estabilidade monetária e a busca pelo pleno emprego como metas imediatas e prioritárias, o chamado duplo mandato. O Congresso Nacional deve agir para que a política monetária seja subordinada aos interesses do povo brasileiro e não dos banqueiros.
Não aceitaremos mais retrocessos. A CSB convoca a classe trabalhadora e o movimento sindical a se mobilizar em defesa dos seus direitos e interesses, e a lutar por um país mais justo e democrático. Fora Campos Neto!
São Paulo, 03 de maio de 2023
Antonio Neto – Presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)”
Bolsonaro vai ser preso?
Nesta quarta-feira (03), o “BRI Sem Papas” debateu a operação da PF contra Bolsonaro, a apreensão do celular do ex-presidente e as possíveis consequências da investigação.
Além disso, a PL das Fake News e a decisão do BC de manutenção da taxa Selic foram objetos de debate.
Bolsonaro vai ser preso? Quais são as consequências da operação da PF contra o ex-presidente? E o PL das Fake News, sob ataque das big techs e de próprio bolsonarismo?
“BRI Sem Papas”
O “BRI Sem Papas” é um programa opinativo do Brasil Independente, transmitido ao vivo, toda terça, às 20h, pelo canal do BRI no Youtube.
O programa é comandado pelo Diretor de Redação do BRI, Thiago Manga, tendo como companheiro e fiel escudeiro o jornalista e músico Renato Zaccaro.