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Dino rebate Netanyahu – Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino rebateu nesta quinta-feira (09) as afirmações feitas pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre a operação da Polícia Federal (PF) realizada nesta quarta, que prendeu dois brasileiros suspeitos de ligação com o grupo Hezbollah, em São Paulo.
O ministro esclareceu que a operação foi conduzida pela PF com base em provas analisadas exclusivamente pelas autoridades brasileiras.
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“Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento”, escreveu, nas redes sociais.
Dino explicou que a PF apura indícios, e ainda deve confirmar ou não se é um caso de terrorismo.
“Os mandados cumpridos ontem, sobre possível caso de terrorismo, derivaram de decisões do Poder Judiciário do Brasil. Se indícios existem, é dever da Polícia Federal investigar, para confirmar ou não as hipóteses”, apontou.
Ex-juiz federal e cogitado para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino frisou que a conduta da PF não tem nada a ver com conflitos internacionais, e que a investigação começou antes do conflito na Faixa de Gaza.
O ministro brasileiro fez questão de rechaçar o uso da operação “com fins de propaganda de interesses políticos”.
1.O Brasil é um país soberano. A cooperação jurídica e policial existe de modo amplo, com países de diferentes matizes ideológicos, tendo por base os acordos internacionais.
2.Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo…— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) November 9, 2023
Extrema-direita de Israel tenta capitalizar
Na quarta-feira, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, atribuiu a ação ao Mossad, órgão de inteligência israelense.
“As forças de segurança brasileiras, junto do Mossad e seus parceiros na comunidade de segurança israelense, bem como agências de segurança internacional, desmontaram um ataque terrorista no Brasil, planejado pela organização terrorista Hezbollah, dirigida e financiada pelo Irã”, publicou na conta oficial do governo.
“O Mossad agradece os serviços de segurança brasileiros pela prisão de uma célula terrorista operada pelo Hezbollah para atacar alvos israelenses e judeus no Brasil”, continuou.
Segundo a PF, brasileiros foram recrutados e eram financiados pelo grupo Hezbollah. Além das duas prisões realizadas em São Paulo, também foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal.
Outros dois brasileiros procurados estão no Líbano, fazendo com que a PF acionasse a Interpol para tentar prendê-los.
A investigação da PF apontou que o suposto objetivo do grupo era atacar prédios da comunidade judaica no Brasil, incluindo sinagogas.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terrorista e de realizar atos preparatórios de terrorismo. A pena máxima para esses crimes chega a 15 anos e 6 meses de prisão.
(Com informações de UOL)
(Foto: Montagem/Reprodução)