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Manipulação no Brasileirão de 2023 – CEO da empresa que analisará a arbitragem no Campeonato Carioca de 2024, Thierry Hassanaly disse que os executivos da ‘Good Game!’ estão convencidos de que houve manipulação em alguns jogos do Brasileirão de 2023.
Atualmente, está em curso um investigação por parte do Ministério Público de Goiás (MP-GO), que recentemente deflagrou a terceira fase da Operação Penalidade Máxima, que investiga supostas fraudes em jogos de futebol. (saiba mais aqui)
Em maio de 2023, o então ministro da Justiça, Flávio Dino, pediu que a Polícia Federal (PF) abrisse investigação sobre possível manipulação de jogos no futebol brasileiro.
“Sobre algumas partidas do Brasileirão, baseado em nossas ferramentas, tecnologia e soluções, estamos 99% convencidos de que alguns jogos foram manipulados”, afirmou Thierry em entrevista para o Globo Esporte.
“É muito difícil que a manipulação envolva todo o time, todos os jogadores. Normalmente, um, dois ou três jogadores”, acrescentou.
A ‘Good Game!’ tem como objetivo estender a parceria que fez com a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) para outras federações do Brasil. O CEO espera melhorar o trabalho da arbitragem no país, além de buscar identificar jogos manipulados.
John Textor, dono da SAF do Botafogo, pediu relatórios sobre jogos do clube no Brasileiro em 2023. Depois, apresentou o resultado alegando que o clube havia sido repetidamente prejudicado e deveria ter sido campeão no lugar do Palmeiras, de acordo com a avaliação.
“Em algum momento, o que entendo, é que alguém do Botafogo, até mesmo John Textor, mostrou o relatório para a Federação [Carioca]. Essa pessoa ficou impressionada e disse que queria nos conhecer”, contou.
“Tudo que produzimos pode ir para o tribunal. Tudo que dizemos tem que ser 99% correto. Por isso, quando dizemos que uma partida é manipulada, temos 99% de certeza”, finalizou.
“Nosso método é simples de entender. Temos duas etapas no processo. A primeira é humana, com operadores, como um videogame. Depois, coloca os dados nos sistema de algoritmo, e ele diz se a partida é manipulada ou não. Em um jogo, temos dois operadores. E temos um supervisor, que trabalha em outros jogos ao mesmo tempo”, disse Thierry.
Escândalo no Rugby
O executivo também falou sobre um escândalo recente no handebol na Dinamarca e citou especificamente um relatório no jogo das quartas de final da Copa do Mundo de Rugby do ano passado, quando a África do Sul eliminou a França.
“Temos duas categorias de erro: de pouco impacto, que pode ser uma falta no meio do campo, ou grave, de muito impacto, que seria um pênalti, com influência no resultado, pensando no futebol. No relatório que fizemos desse jogo de rugby, houve pelo menos cinco erros graves, muito graves, todos favoráveis para a África do Sul. Foi a primeira vez na história que países como França, Gales e Nova Zelândia ou Inglaterra pediram explicações para a World Rugby sobre a arbitragem”, explicou.
No trabalho desenvolvido com a Ferj, Thierry espera mostrar a boa intenção da empresa que lidera em ajudar o futebol brasileiro, principalmente depois dos recentes de casos de manipulação envolvendo apostas. O CEO da ‘Good Game!’ acredita que a Federação tenha o mesmo intuito.
Thierry se diz apaixonado pelo Brasil, esteve no Maracanã na Copa do Mundo de 2014 e em uma viagem com a família em 2019, quando passou a virada do ano em Copacabana. Espera voltar outras vezes.
“A Ferj quer um futebol melhor, mais justo, com arbitragem melhor. Eles querem que o árbitro faça um trabalho melhor. Nem tudo é manipulado. Há erros que podemos evitar se aprendermos, praticarmos. Espero que tenhamos boas relações com clubes brasileiros, a CBF em algum momento. Quando se fala de futebol, se fala de Brasil. É o melhor lugar para estar envolvido. Se tivermos chance de visitar esse grande país faremos novamente. Queremos que o público saiba que nós fazemos as coisas por um futebol melhor”, apontou.
(Com informações de Globo Esporte e UOL)
(Foto: Reprodução)