Dia D contra Bolsonaro – É de chamar atenção. Muita atenção. Para quem não sabe, este feriado da Proclamação da República foi projetado por lideranças antibolsonaristas como uma espécie de ‘Dia D’ para mobilizar um grande ato nacional pelo impeachment de Bolsonaro.

Foi papo de mais de um mês de intensas e ‘estranhas’ negociações e…pá: o ato ’flopou’.

E ‘flopou’ real, foi cancelado e tudo. Não vai ter.

“Não via ter atoo”, devem estar celebrando bolsonaristas radicais, além de toda a sorte de canalhas e fascistas nacionais.

O fracasso parece apontar para uma vitória do genocida, possivelmente o garantindo no cargo até as eleições do ano que vem.

Mesmo após todos os crimes que cometeu, parece que Bolsonaro vai disputar a reeleição ocupando o cargo de presidente do Brasil.

Cabe a pergunta: A quem interessa isso?

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A quem interessa que um genocida réu confesso de inúmeros crimes siga no poder, tensionando a democracia e preparando uma última cartada para tentar um golpe frente ao iminente fiasco nas urnas caso lamentavelmente vá à elas?

Para o meu lamento e profunda indignação e decepção, eu sei a quem interessa. E eu sei quem fez de tudo para desmobilizar e desarticular o ato desta segunda que não sendo um feriado de protesto, será de angústia.

Angústia de não aceitar – e a isso não se pode perdoar – que o interesse eleitoral de uns valha mais que a vida dos outros. E somos todos brasileiros. Ou não somos?

Enquanto o povo morre de fome, tem gente que jura que é gente como a gente fazendo conta eleitoral lá na frente. E que se dane o presente. Presente de fome. desgoverno e desespero.

A mim chama muita atenção um fato: no Dia D do ato que tinha que ser, mas não foi, o líder das pesquisas, Lula, está na Europa. Foi participar de uma conferência do outro lado do mundo no feriado mais triste dos últimos anos para os brasileiros e brasileiras.

Não vai ter banquete nem churrasco no feriado. O olhar distante das mães sentadas e desoladas não parece comover a todos que deveriam estar comovidos e obstinados a encerrar essa via-crúcis imposta ao povo brasileiro de maneira urgente.

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Para aqueles que parecem que não assistiram o clássico filme ‘Esqueça Paris’, não deveria soar razoável uma viagem de pop-star com cobertura live 24h em blog enquanto o povo disputa osso na rua pra não morrer de fome.

Ainda mais no dia que a República foi proclamada embora jamais tenha sido, em sua plenitude, realizada.

Estou, evidentemente, entre os que não acham razoável. Como não temos achado razoáveis uma série de coisas já há muito tempo.

Portanto, ilações, mutretas, fofocas e cavadas não vão ser suficiente para desmobilizar essa turma tão obstinada quanto os vão na frente, liderando o caminho do fim da tapação de nariz em nome de lendas mais fantasiosas do que vivas e da coragem de andar de cabeça erguida e com a cabeça arejada por não aceitar que se cultuem deuses, sejam quais forem, que ainda estão entre nós.

Os deuses-homens, como Xerxes na lendária história grega-persa e no lendário filme ‘300’, eles sangram. E morrem, como todos os homens.

Coitados daqueles que um dia terão que enfrentar a morte de seus deuses.

Porque como todos sabemos, deuses não morrem e por serem eternos é que são, aliás, fundamentalmente chamados de Deuses.

Por Thiago Manga, jornalista, assessor político, já atuou em campanhas eleitorais.

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Este texto é opinativo e não reflete, necessariamente, a opinião do site Brasil Independente.

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